segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

De repente...

    Esse fim de semana estive na comemoração do aniversário de uma amiga. Um almoço para o qual, já digo de passagem, ao meio-dia de um domingo nublado, não estava nem um pouco incitada a ir. Mas, tratando-se de uma das poucas grandes amigas que ainda tenho, não permiti que o desânimo me abatesse por mais do que alguns segundos. E assim, lá fui eu, ligada mais no piloto automático do que na diversão por vir. Admito que receava ficar isolada num cantinho onde, graças a essa minha timidez, somente a cachorrinha da anfitriã fosse capaz de me entreter.
    Mas, como as surpresas se apresentam na mesma proporção para todos, os bons e os maus, eis que começa a rolar um papo sobre música, concursos, faculdades. Começo a me soltar, obviamente respondendo perguntas que me são diretamente dirigidas, e logo estamos falando sobre filosofia, ioga, meditação e, finalmente, astrologia, assunto pelo qual me interesso e que vejo praticamente como relegado.
   Nessas horas penso que a solidão tem mil e um aspectos positivos. A mente não pára, de forma que os pensamentos estão constantemente se desenvolvendo, criando, mas até isso tem um limite. Digamos que o espaço reservado ao cambaleio dos devaneios é proporcional ao estreitamento das informações que previamente possuímos e a capacidade de cruzá-las, ainda que de forma completamente desconexa e incoerente. Acho que é isso que torna tão gratificantes e deliciosos os ditos insights, sensação que uma boa conversa com pessoas afins pode proporcionar mais intensa e rapidamente.
    Boas surpresas. Uma daquelas delícias que somente a falta de expectativa é capaz de me proporcionar.

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