segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Anos 80

   Tem um e.mail que circula há um tempo e que traz à tona boas recordações dos anos 80, com imagens de alguns de seus elementos mais representativos como fofão, lango-lango, cigarrinho de chocolate, karaokê, dentre outros. Recebi este e.mail semana passada e, enquanto o lia, exclamava entusiasmada: Caraça! Eu me lembro disso! Eu tinha! Como eu gostava disso! Fui interrompida por uma amiga que disse: Jéssica, até parece que você nunca viu esse e.mail. Ela tinha razão. Não foi a primeira vez, mas a reação foi a mesma. Em se tratando de música então, considero os anos 80 insuperáveis. Costumo dizer que gostaria de viver na década 80 com a idade de hoje. Teria aproveitado tanto!
   Sabe aquela música que a gente ouve tantas vezes que parece que o CD vai desgastar de forma desigual naquela faixa? Tem uma música que conheci esse ano que provoca isso em mim: The Gallery, do Muse (Hullabaloo). É de ouvir com a tecla “repetir” ativada! Foi amor à primeira vista ou, ouvida, embora ela tenha um chiado de fundo que perdura por toda a música ao ponto de, a princípio, me fazer pensar que o CD, apesar de novo, estivesse arranhado.
   Mesmo assim, não parava de ouvi-la. Hoje percebo que grande parte do seu encanto se deve justamente ao tal chiado, incessante e permanente ao longo de toda a faixa. Mas, quando a ouço, ainda penso: o que levou os caras a combinarem um chiado com uma melodia tão linda?
   A coluna do Veríssimo de hoje (26/09/2010) trata da sua animação com a volta do disco de vinil. Comparativamente ao CD, além da superioridade em relação à fidelidade sonora, também tem o tal “ruído de superfície, o chiado da agulha no sulco, que na verdade, é uma vantagem, faz parte do seu charme. As pessoas não sabiam o que estava faltando no CD e, de repente, se deram conta: faltava o chiado. (...) Dizem que já se chegou ao cúmulo de acrescentar um chiado em gravações de CD para simular o ruído de uma agulha lavrando um sulco inexistente. Não sei.”
   O Veríssimo pode não saber, mas eu, graças a ele, agora sei. Sei por que aquela música mexe tanto comigo: reminiscências dos anos 80. O título de sua crônica foi: Nós, obsoletos. Concordo e acrescento: Eu, você, nós obsoletos; eu, nostálgica.

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