quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Educação na Coréia do Sul

    Há cerca de três semanas assisti um programa no canal Futura sobre a educação na Coréia do Sul. Achei interessante, pois eu não tinha nenhuma ideia sobre o sistema de ensino por lá.
    Fiquei surpresa quando vi a rigorosidade com que o assunto é tratado. Além de passar várias horas por dia nas escolas, a grande maioria ainda frequenta cursos extensivos na parte da tarde e estuda várias horas nos finais de semana. Para quem não tem condições de pagar os referidos cursinhos, a derrota na competitiva disputa por um futuro promissor é praticamente certa.
    Um ocupante de cargo na área de educação falou sobre o excessivo clima competitivo em que os adolescentes estão inseridos, o modo como são cobrados diariamente pelos pais, mas, principalmente, por si mesmos. Enxergam uns aos outros como adversários em potencial. Com pouco (talvez nenhum) tempo dedicado às brincadeiras e atividades mais leves, é alto o índice de suicídios por lá nessa faixa etária. Sempre preocupados com a concorrência, pressão e cobrança, ficam estressados além da conta.
    Também se faz presente a preocupação com a ocupação de cargos menos visados. Como se pergunta o diretor de uma escola, quem vai almejar uma carreira de pintor, na construção civil ou outras de não tanto prestígio, numa geração que sonha tão alto?
    Interessante também ouvir os próprios adolescentes falando sobre sua rotina e seus planos para o futuro. A eloquência deles é surpreendente. Meninos e meninas de 15 anos, falando com uma desenvoltura que penso nunca ter desenvolvido, apesar da timidez, mesmo após meus cinco anos de preparo para a advocacia. O sonho de um desses garotos, inclusive, era tornar-se um advogado com escritório em Manhattan e ser proprietário de uma casa em alguma ilha grega. Simples assim! E eu, que me dava por satisfeita por ter conseguido, ao menos em potência, realizar o sonho trino clássico de toda menina, aeromoça, advogada e bailarina, comecei a pensar que talvez tenha sonhado raso demais.
    Não sei. Estou pensando sobre esse programa há dias. Acho que por ser algo tão distante da realidade brasileira, fiquei meio perdida, sem saber por onde começar a raciocinar. Dois extremos tão distantes. Parece que era mais fácil criticar e pensar um sistema de educação tão desenvolvido como uma utopia, distante e impraticável. De certa forma, encerrava o assunto. Mas, ao que parece, encará-lo de frente, como uma realidade, também não é tarefa tão fácil.

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