domingo, 8 de janeiro de 2012

Qual o seu destino?

    Esse sábado foi engraçado porque foi um daqueles raros em que, precisando de muito espaço e tempo livre para pensar, dar vazão a esses pensamentos que tem me tirado o sono e trazido mais pressão do que eu gostaria, resolvi somente correr e não andar de bicicleta, pois nem ao trânsito eu estava disposta a oferecer minha atenção. E assim foi. Depois da primeira volta, como é de costume, parei para tomar alguma coisa sobre uma sombra acolhedora e, vejam que sorte, encontrei um Golden bem do meu lado, o qual, ganhando meu afago, ainda que de forma despretensiosa, também me acariciou. Depois da segunda volta, nova parada em outro de meus abrigos favoritos.
    Com meus fones inseparáveis, na pracinha dos bebês, ao lado de uma mãe e seu filhotinho. Ali me deixei levar, menos pela música e mais pelos pensamentos arredios, soltos, desconexos, desregrados, apaixonados e, ao mesmo tempo, e não ilogicamente torturantes! Quando finalmente dei por mim e voltei do “transe”, a mamãe ao lado me pergunta se pode me fazer uma pergunta. Como não uso relógio, fiquei meio ressabiada, pois o que uma desconhecida poderia querer me perguntar senão as horas? Mas, claro, disse que sim. A danada perguntou se, por acaso, eu estaria meditando. Minha primeira reação foi dar uma daquelas minhas gargalhadas características, que quem me conhece reconhece a uns 2 quarteirões de distância. Depois respondi (verbalmente) que não; estava só ouvindo música e filosofando; que quando ouço música filosofo mesmo, me disperso, mas não chego a meditar não. Ela disse que eu parecia estar de olhos fechados, como se estivesse meditando. Cara, sei que não parei mais de rir. A mulher deve ter me achado uma doida, e o que eu não daria para ver minha própria fisionomia num desses momentos!
    Sabe que voltei para casa pensando que, quem sabe, aquilo também não fosse, de fato, uma forma de meditação? A grande questão é que a meditação tradicional visa te trazer para o presente e, garanto, o presente é o último lugar onde eu estava naquele momento! Meus destinos principais são sempre o futuro do pretérito e o pretérito imperfeito mas, nem por isso, talvez, seja um método menos eficaz.

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