segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O sol

    Já não é a primeira vez que discutimos no curso de filosofia sobre o ato de cumprimentar e ser cumprimentado. Se cumprimentamos alguém, ou fazemos uma gentileza qualquer e não somos correspondidos, ficamos frustrados porque nossas expectativas não foram atendidas. Concordo que não devemos fazer nada esperando algo em troca, mas ainda preciso trabalhar isso em mim, porque fico chateada quando não sou correspondida.
    Tem uma posição na ioga que se chama “saudação ao sol”. Me lembrei disso porque adoro o pôr-do-sol e tenho o privilégio de poder assisti-lo da janela de casa. E o pôr-do-sol no Arpoador? Tem gente que bate palmas. Tem que gente que acha piegas. Nunca cheguei a bater palmas. No mínimo esboço um sorriso meia boca, à lá Monalisa, que não chega a entreabrir meus lábios, mas meu coração, esse sim fica todo dado.
    O sol nos cumprimenta todos os dias e não pede nada em troca. Mesmo se não lhe dermos atenção, ele volta, e não se cansa. Sempre que puder, vou saudá-lo de volta, pois, com o sol, o tempo nunca estará fechado pra nós.

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