segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Limite entre direitos

    O Globo de hoje publicou uma matéria sobre preconceito religioso no Brasil. O país multirracial estaria ficando intolerante. Menciona que não se tratam somente de agressões físicas, mas também verbais, prática facilitada com a difusão na internet. Relata também a discriminação sofrida por uma funcionária hostilizada no seu ambiente de trabalho pelo fato de andar de branco e ouvir músicas religiosas.
    Sei que religião é um daqueles temas polêmicos, que devemos evitar discutir em qualquer ambiente e com qualquer pessoa, quiçá para se publicar em um blog, mas não posso deixar de dizer que considerei a matéria, se não parcial, ao menos incompleta.
    A todo momento se trata da liberdade religiosa e do direito das minorias no sentido de garantir-lhes maior liberdade de expressão e manifestação. Essa questão de ouvir músicas religiosas no ambiente de trabalho, porém, me fez perceber que algumas pessoas, no afã de se afirmar e exercer seus direitos, podem extrapolar os limites e passar da condição de vítimas de preconceito à transgressoras dos direitos alheios.
    Uma coisa é o respeito às manifestações exteriorizadas com trajes, adereços, ideologias, estilo de vida; outra é, por exemplo, se colocado numa situação inevitável de compartilhar as músicas ou idéias alheias. Já diz o velho ditado que o direito de uma pessoa termina onde começa o da outra. É legítimo o desejo de exigir respeito por parte das demais pessoas, mas também elas tem o direito de serem respeitadas, sob pena de presenciarmos um preconceito às avessas.

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